No ano de 1985, G.I. Joe era uma mina de dinheiro. O brinquedo vendia muito, o desenho tinha ido bem e a revista já era das mais bem-sucedidas da Marvel. O público queria mais. E foi isso o que ganhou.
Nos brinquedos, os bonecos cartelados à venda subiram de onze em 1984 para vinte (embora Tomax e Xamot viessem na mesma cartela). Os veículos, bases e acessórios em geral aumentaram não só de quantidade, mas também de tamanho e complexidade. Estou falando da lancha Moray, da Transportable Tactical Battle Platform e, obviamente, do porta-aviões USS Flagg.
Kirk Bozigian, gerente de produto da Hasbro na época, afirma que eles começaram a projetar alguns itens simplesmente para provar para a concorrência quem era o líder. Nesse contexto, o USS Flagg (nome do general joe morto no número 19 da HQ) foi um grande risco. Era um trambolho de 2,3m de largura que custava US$ 110,00 na loja, nenhum pai queria comprar e todas as crianças queriam ter.
Além de tudo isso, este foi o ano em que mais um ponto de movimento foi adicionado nas figuras, permitindo que elas movessem a cabeça para cima e para baixo. A exceção ficou por conta dos Dreadnoks, que provavelmente foram projetados antes dessa inovação.
A gangue de Zartan, aliás, foi concebida como uma sugestão da Hasbro, ainda que fosse uma ideia muito diferente no começo. De olho no sucesso dos Ewoks em O Retorno de Jedi, a intenção era fazer uma equipe de ursinhos humanóides que integraria o Cobra. Quem apontou que era uma má ideia fazer os mocinhos atirarem em criaturas fofinhas foi Larry Hama, que veio com o conceito dos motoqueiros desmiolados. Podemos agradecer a ele.
Neste ano, os Cobras finalmente chegaram ao Brasil, com o lançamento do Cobra Oficial e do Cobra Soldado, além do agora chamado Cobra Invasor.
Ainda que a Estrela não tenha dado uma explicação para os vilões tenham demorado um ano para dar as caras por aqui, seria lógico pensar que o licenciamento do nome e do logo implicaria em custos a mais, e portanto não teriam sido usados em um primeiro momento. Uma vez verificada a viabilidade dos Comandos, foi mais prático aderir ao uso do licenciamento do que remodelar todos os itens do Cobra para uma marca nacionalizada.
É preciso lembrar que isso é um chute nosso, mas a maneira como a Estrela comercializou os Transformers no Brasil, é um indício. Apenas alguns moldes e o nome foram usados, sendo que os logos e os nomes de facções Autobots e Decepticons não foram. Isso indica que cada aspecto de uma licença significava um valor a mais a ser pago à licenciadora, e a viabilidade de usar cada um era calculado de acordo com o mercado.
Foi um ano de grandes acontecimentos nas HQs, com destaque para a criação da Ilha Cobra e a revelação de que Billy é filho do próprio Comandante Cobra.
Além disso, a marca também expandiu nas HQs, ganhando uma revista anual, chamada sugestivamente de Yearbook. Em sua primeira edição, trouxe uma reimpressão de Operação: Lady Destruição, de ARAH nº1, além de fichas de personagens e uma planta completa do Pit.
Se a ordem do dia era mais G.I. Joe, a animação se superou. Foram 55 episódios exibidos diariamente nos EUA. Com as reprises dos 10 das minisséries dos anos anteriores, somaram-se 65, o que era um número padrão para a primeira temporada de desenhos no esquema de syndication nos EUA.
Figuras:
Veículos:
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