A marca G.I. Joe tenha alcançado seu auge em 1986. Segundo Kirk Bozigian, este foi o ano que mais vendeu. As vendas estavam indo de vento em popa sem concorrentes à altura.
No brinquedo, em 1986, a Hasbro decidiu fazer o primeiro personagem baseado em uma pessoa de verdade. Tratava-se do Sgt. Slaughter, alter-ego de Robert Remus nos ringues de Luta-Livre. Na época, o lutador foi avisado pelo WWE (World Wrestling Entertainment, que organiza lutas, transmissões, licenciamentos, e etc.) que eles já tinham contrato com uma empresa de brinquedos e permitir que ele assinasse com a Hasbro seria um conflito de interesses. Ele tinha que tomar uma decisão. Pensou que sempre poderia voltar a ser um lutador profissional, mas só tinha uma chance de fazer parte da história de G.I. Joe, e desistiu dos ringues por um tempo. Esse era o prestígio que a marca tinha na época.
No Brasil, a Estrela se aventurou a lançar seu primeiro personagem concebido por aqui (que não era simplesmente uma versão com outro nome de um boneco americano). Combinando peças do Snake-Eyes e do Flash, nascia o hoje clássico Cobra de Aço.
Há uma lenda não oficialmente confirmada na internet que diz que a manufatura de brinquedos havia acertado com a Hasbro o lançamento do Comandante Cobra em sua série 3 em 1986, mas o molde teria sido perdido no Japão, e por esse motivo foi preciso improvisar um lançamento com as peças disponíveis. A favor dessa versão conta que o Comandante foi o único Cobra da série um americana que não chegou por aqui.
Foi também em 1986 que as primeiras figuras com swivel arm foram lançadas no mercado brasileiro. Isso foi anunciado por uma tarja nas cartelas indicando que agora elas vinham com “movimento total nos braços e mais equipamentos”.
E, já que mencionamos o Japão, também vale a pena acrescentar que o 1986 foi o ano que G.I. Joe chegou por lá, dessa vez pelas mãos da Takara, que concebeu os personagens que viriam a se tornar os Transformers nos EUA. Mesmo com uma série que agregava o melhor dos primeiros anos, a marca acabou não emplacando por lá e não chegaram a lançar uma segunda série.
No mesmo ano, a Hasbro trouxe um conceito para o Imperador Cobra, que seria o líder da organização terrorista. Quando apresentaram para o pessoal da Sunbow, o story editor de segunda temporada Buzz Dixon questionou como ele se tornou líder do Cobra. Eles responderam que ele "sempre esteve lá", mas Buzz argumentou que sua equipe havia passado uma temporada inteira estabelecendo o Comandante Cobra como líder da organização terrorista e que qualquer coisa que fosse diferente disso deveria ser explicada para evitar confusão. Finalmente entendendo o problema, o pessoal da Hasbro, então, pediu que ele trouxesse ideias para uma história origem.
Ele então trouxe duas. A primeira estabelecia que Serpentor foi criado dentro do próprio Cobra por uma cúpula insatisfeita com a incompetência do comandante a partir do DNA dos maiores líderes da História. A segunda que ele viria de uma organização secreta por trás do Cobra que estaria financiando suas ações. A resposta da Hasbro?
– Achamos ótimo. Pode tocar.
– Qual das duas?
– As duas. Gostamos das duas.
Como ambas as ideias não combinam bem entre si, Buzz pediu um tempo para estabelecer uma antes de trazer a outra. A primeira foi apresentada durante a segunda temporada da animação da Sunbow, e a segunda somente no ano seguinte, em G.I. Joe – The Movie. Mas chegaremos nessa parte depois.
A segunda temporada foi mais focada em ações menores e dilemas de cada personagem ao invés de planos grandiosos com armas mirabolantes desenhadas por cientistas sequestrados como no ano anterior. Nesse sentido, a animação amadureceu.
Por outro lado, talvez o grande problema desses episódios tenha sido um Sgt. Slaughter que concentrava toda a ação nele tirando o charme do trabalho de equipe que era a marca de G.I. Joe antes, e um Serpentor mandão e rabugento sem metade do carisma do Comandante Cobra.
Foi também em 1986 que a animação finalmente estreou no Brasil. Mais especificamente com o episódio O Ataque dos Animais às 13h do dia 6 de julho. Nessa época, Comandos em Ação dividia o horário com Thundercats e Transformers, sendo que este estreou no mesmo dia.
Nos quadrinhos, G.I. Joe ganhou seu segundo spin off, com o título de Special Missions. A ideia dessa versão era soltar o Larry Hama de qualquer amarra. Não haveria obrigação de se mostrar novos lançamentos, mas sim Joes atuando em uma área cinzenta da moral, vilões mais reais fazendo coisas como sequestro de aviões, enfim, temas mais adultos e excitantes.
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