Os boatos de que a licença de G.I. Joe passaria de mãos da IDW já corriam desde que a editora assumiu o título dos Transformes em 2005¹. A empresa se notabilizou com títulos como 30 Dias de Noite, e logo cresceu para sse tornar uma das maiores dos EUA.
A empresa deu uma boa reformulada na série de G.I. Joe, criando uma continuidade que teve trechos realmente excelentes, como o início do título Cobra, com o pouco badalado Chuckles como personagem principal. Ela também criou uma continuidade independente só para Larry Hama, autor que definiu a marca na Marvel, nos anos 1980. Como já mencionado na seção da Devil's Due, tudo o que tinha sido feito desde então foi desconsiderado.
A IDW foi a editora mais prolixa a lançar material de G.I. Joe em quadrinhos. Foram bem mais de 400 edições entre 2008 até 2022, quando perdeu a licença de publicação. Vamos dividir aqui entre as diferentes linhas do tempo que coexistiram nesse período, para facilitar um pouco a leitura. Dessa maneira, as séries estão distribuídas no contexto em que se iniciaram.
A história principal da IDW foi um reboot total de tudo o que já havia feito antes. E começou muito bem, em especial com as batalhas de sucessão no Cobra, mas acabaram se perdendo mais pra frente com a introdução de arcos como a esposa secreta do Duke e tudo mais.
Com o sucesso do Universo Cinematográfico Marvel, todo mundo estava louco para criar um universo compartilhado que vendesse inúmeros tie-ins e uma história principal. Ainda que as HQs já conhecessem essa fórmula ao menos desde a Crise nas Infinitas Terras, o sucesso no cinema estava rendendo muito dinheiro, e a IDW resolveu tentar fazer um crossover das marcas da Hasbro, no que foi apelidado informalmente de Hasbroverso.
Infelizmente, nem todo mundo sabe juntar personagens diferentes e fazê-los funcionar tanto independentemente quanto juntos, como a Warner Bros. aprendeu a duras penas. Desse modo, o crossover soou artificial e não produziu muitas histórias dignas de nota.
Não ajudou nada que o autor escolhido para o título de G.I. Joe, Aubrey Sitterson, resolveu postar um comentário esquisitíssimo sobre o 11 de setembro, cuja intenção pareceu ser somente se exibir por estar em Nova York naquela fatídica data.
Ah, legal, é o Dia de Recordação Autocentrada da Tragédia de Pessoas que Nem Estavam Perto de Nova York.
Nem precisa dizer que os fãs dos Verdadeiros Heróis Americanos ficaram uma fera com o comentário, e os sites tradicionais da comunidade anunciaram um boicote.
Yojoe.com não vai mais promover nada da IDW Publishing enquanto Aubrey Sitterson estiver envolvido com G.I. Joe ou qualquer outra marca da Hasbro.
Depois disso, tiveram que mudar o título da série para Scarlett's Strike Force. Aubrey era muito empolgado com G.I. Joe, a que se referia como "a jóia da coroa do Universo Hasbro", e acabou sendo lembrado para assumir o título depois de fazer G.I. Joe vs. Street Fighter, mas foi uma fase bem fraca da série, com uma arte que não combinou muito também.
Depois da fase de crossovers, a IDW chamou Paul Allor para conceber um novo reboot da série do G.I. Joe. Nesse universo, o Cobra havia tomado o poder nos EUA, e estabelecido um regime totalitário. O G.I. Joe era uma organização clandestina que combatia a tirania dos vilões.
Em 2010, a IDW chamou Larry Hama de volta ao título A Real American Hero para continuar a história de onde havia parado em 1994. Na IDW, essa série chegou até o número 300, e continuou na Skybound, a editora que ficou com a marca depois dela. Manter o interesse dos leitores durante todas essas décadas é um feito impressionante, e também uma indicação do talento do autor.
Em 2009, a Paramount lançou o primeiro longa em live-action do G.I. Joe, e a IDW lançou vários títulos entre adaptações e histórias passadas na mesma continuidade.