1983

O ano de 1983 começou sob o impacto do sucesso absoluto do relançamento de G.I. Joe no ano anterior. De fato, ao voltar das férias de Natal, a Hasbro encontrou uma surpresinha.

Vamos voltar um pouco mais para entendê-la. Em 1982, Stephen Hassenfeld trouxe uma ideia vinda da Palitoy, empresa que tinha a licença do G.I. Joe no Reino Unido, de disponibilizar pontos impressos nas cartelas que as crianças poderiam colecionar e, depois de acumular alguns, trocar por alguma coisa. A intenção era fidelizar e ao mesmo tempo criar um senso de comunidade. Trocar pelo quê? Bom, isso eles deixaram para ver depois.

Pois assim eles criaram os Flag Points, que vinham em cada cartela de boneco ou caixa de veí­culo nos EUA. O brinquedo chegou às lojas, os meses se passaram, as crianças recortavam os selos e guardavam, e ninguém sabia o que fazer com aquilo. Foi aí­ que tiveram a ideia de separar o Comandante Cobra da distribuição normal da série, e enviá-lo por correio em troca de 5 Flag Points, mais 50 centavos de despesas de postagem.

Kirk Bozidgian, gerente de produto responsável pelo G.I. Joe na época, estimava que eles fossem vender por volta de 5 mil Comandantes no Natal de 1982, porque foi um lançamento meio em cima da hora. Quando voltou ao trabalho, tomou uma bronca do departamento de logística. Isso porque a sede da Hasbro em Pawtucket estava abarrotada de envelopes com um pedacinho das cartelas e uma moeda dentro. Ao todo, 125 mil unidades foram trocadas até março de 1983.

Com esse sucesso todo, foi dada carta branca aos designers da linha. Nada mais de ficar reciclando peças. Cada boneco e veí­culo teria um design especí­fico. Ron Rudat chegava a desenhar individualmente cada logo estampado na roupa de cada personagem.

Novos personagens chegaram às prateleiras ao longo de 1983. Além disso, todas as figuras de 1982 foram relançadas com um ponto de movimento a mais nos braços, o que foi chamado pelo site Yojoe.com de versão 1,5, porque não era uma leitura completamente nova dos bonecos, apenas uma espécie de atualização.

A Animação

1983 foi o ano de lançamento da animação clássica G.I. Joe – A Real American Hero. Joe Bacal e Tom Griffin deram a ideia. Eles eram da empresa de publicidade Griffin Bacal, que era uma colaboradora da Hasbro e participaram de todo o processo de remodelagem de G.I. Joe para a linha 3′ 3/4″.

Fazia sentido dentro do modo como as coisas haviam se alinhado. A linha tinha ancorado o seu sucesso em uma parceria com a Marvel, que também era responsável pela animação dos comerciais por meio de sua subsidiária Sunbow, ou seja, já tinha o know-how para esse novo passo. A animação seria um modo de alcançar um público mais amplo.

Mas isso não quer dizer que a ideia não foi ousada. Nunca se havia feito uma minissérie de animação para crianças antes. Ela seria toda escrita como se fosse um filme live action, e por isso o autor escolhido foi Ron Friedman, que tinha experiência em séries assim e também tinha conhecimento de psicologia infantil.

Para colocar em perspectiva, ao contrário do que costumava fazer a concorrência, depois de meses de produção, a Griffin Bacal, a Hasbro e a Sunbow tinham só cinco dias para convencer as crianças a assistir o desenho deles.

O Mecanismo MASS foi distribuí­do para emissoras nos EUA e estreou em 12 de setembro. A cada capí­tulo, a audiência aumentava. Ao fim daquela semana, G.I. Joe já estava consolidado em seu caminho como fenômeno da cultura pop que se tornou nos anos 80.

HQs

Em 1983, as publucações da Marvel começavam a expandir o mundo de G.I. Joe e Cobra, e muitos elementos conhecidos são apresentados, como a cidadezinha de Springfield, totalmente dominada pelo Cobra, e o país centro-americano de Sierra Gordo, apenas mais uma peça no tabuleiro de xadrez da Guerra Fria.

Diorama