G.I. Joe – A Origem de Cobra

Ano: 2009
Direção: Stephen Sommers
Roteiro: Stewart Beattie, David Elliot, Paul Lovett
Estúdios: Paramount Pictures, Spyglass Entertainment.

Personagens neste filme:
Duke (Channing Tatum), Rip Cord (Marlon Wayans), Destro (Christopher Eccleston), Baronesa (Siena Miller), Rex/Comandante Cobra (Joseph Gordon-Levitt), Snake-Eyes (Ray Park/Leo Haward), Storm Shadow (Byung Hun-Lee/Brandon Soo Hoo) , Scarlett (Rachel Nichols), Gen. Hawk (Dennis Quaid), Breaker (Saïd Taghmaoui), Heavy Duty (Adewale Akinnuoye-Agbaje), Zartan (Arnold Vosloo), Cover Girl (Karolyna Kurkova), Dr. Mindbender (Kevin J. O’Connor), Hard Master (Gerald Okamura), Presidente dos EUA (Jonathan Pryce).

Trailer de G.I. Joe – A Origem do Cobra

Antecedentes e Produção

Procurando seguir o modelo de sucesso do filme dos Transformers de 2007, que tinha o diretor de ação frenética Michael Bay no comando, a Hasbro contratou um diretor que apresentou trabalho parecido em A Múmia para a empreitada de trazer o G.I. Joe às telonas, Stephen Sommers.

Uma crítica que apareceu logo no início foi a introdução de exotrajes. Ora, para citar Kirk Bozigian, diretor de produto da marca nos anos 80, uma das coisas mais interessantes sobre G.I. Joe é que, quando você não tem superpoderes, os riscos são muito mais concretos. Não faz sentido nenhum colocar os joes com armaduras que os fazem mais rápidos, mais fortes e mais invulneráveis.

O elenco escolhido foi bastante eclético. Há atores competentes como Joseph Gordon-Levitt, Jonathan Pryce e Sienna Miller, carismáticos como Channing Tatum, Christopher Eccleston e Dennis Quaid, e que são bons de cenas de ação, como Rachel Nichols, Byung Hun-Lee e Ray Park.

A escalação de Wayans como Rip Cord gerou controvérsia, porque ele era mais conhecido por comédias escrachadas que atuava e produzia com seus irmãos, como Todo Mundo em Pânico, As Branquelas e O Pequenino. Os produtores justificavam sua escalação dizendo que ele é capaz de conduzir papeis dramáticos com competência, citando sua elogiada participação em Réquiem para um Sonho. Diziam que ele tinha uma boa combinação de porte físico e timing cômico.

O filme foi rodado durante a greve de roteiristas, que foi de novembro de 2007 a fevereiro de 2008. Por causa do movimento, muitas estreias foram adiadas, mas os produtores de G.I. Joe – A Origem do Cobra o enxergaram como uma oportunidade de pegar uma concorrência fraca na temporada.

História

Na história, enquanto servem no Cazaquistão, a unidade de Duke e Ripcord é incumbida de transportar armamento criado pelas indústrias MARS, comandada pelo misterioso James McCullen. Seu comboio é atacado por um grupo liderado pela Baronesa, mas o G.I. Joe chega para tentar impedir o roubo.

Recrutados pela equipe, os dois soldados descobrem que a organização terrorista Cobra está por trás do roubo. Seu plano lembra a estrutura básica da animação da Sunbow, em que a arma superpoderosa conhecida como nanomitas (que são mini robôs capazes desde destruir a Torre Eiffel até fazer lavagem cerebral, e transformar os soldados Vipers em supersoldados) é usada para tentar dominar o mundo.

Também foram adicionados elementos da revista A Real American Hero, como a rivalidade entre Snake Eyes e Storm Shadow e a história do clã escocês de Destro, além de um ar de mistério sobre a revelação da organzação Cobra que lembra o início do run na IDW.

Repercussão

O resultado não foi muito bom. O filme tenta abraçar elementos e personagens demais, e no fim não consegue entregar nem ao menos uma boa diversão.

Rodar durante a greve de roteiristas significa que não havia profissionais sindicalizados para retocar o texto, o que muito provavelmente influenciou de forma significativa a qualidade do longa. Eu não sei outro jeito de justificar como os diálogos do vídeo abaixo entraram no corte final.

“Emoções não são baseadas em ciência, e se você não pode quantificar e provar que algo existe, bem, na minha mente, não existe”.

De fato, o roteiro é apenas uma desculpa para fan services e explosões. Quando a contratação de Wayans foi divulgada, os produtores prometeram que o personagem seria bad ass, e não uma galhofa, e isso não foi cumprido. No texto, Rip Cord é simplesmente um alívio cômico apatetado e irritante, e realmente havia pouca coisa que o ator pudesse fazer em relação a isso.

Para piorar, o clima dos bastidores não era exatamente dos melhores, em grande parte porque os atores sabiam que o script era muito ruim. Christopher Eccleston declarou que atuar no filme foi horrível, e que simplesmente queria cortar a própria garganta todos os dias.

Sienna Miller disse que o longa é uma piada, que nem chegou a se encontrar com Sommers antes das filmagens começarem e que ela comprometeu os seus valores ao aceitar o papel assim (a primeira coisa que o diretor teria dito a ela teria sido “Deus, como você é baixinha!”).

Channing Tatum revelou que ficou animado ao pegar o papel porque era uma boa oportunidade na carreira e porque costumava assistir o desenho quando era criança, mas que leu o roteiro e achou horrível. “Vou ser honesto, odeio pra c*&%# aquele filme”, disse.

Com uma motivação assim na equipe, não é de se estranhar os únicos do elenco a agradar de verdade foram Park e Lee, dois dos poucos a voltar para a continuação.

Diante de tudo isso, o filme teve uma performance mediana. No Rotten Tomatoes, o filme foi aprovado por somente 50% dos expectadores e 34% da crítica. Nas bilheterias, fez US$ 302 milhões mundialmente, e estima-se que custou em torno de US$ 175 milhões. Tirando custos de marketing e divisão de receitas, é muito pouco provável que tenha conseguido se pagar.

Os mais ingênuos devem estar pensando que, se o filme é tão ruim, então nem deve estar na nossa coleção. Eles estão errados. Abaixo, o box com nossa cópia em blu-ray.