1984

Em 1984, o G.I. Joe finalmente desembarcou no Brasil. A missão foi dada à Estrela, fábrica de brinquedos líder de mercado por aqui na época, e não era à toa. A qualidade de seus produtos era muito acima da média da concorrência nacional e internacional também. Os itens fabricados aqui têm material e pintura normalmente iguais ou melhores do que a original, tanto que a empresa brasileira chegou a exportar alguns para a Hasbro revender no mercado americano.

A relação entre Hasbro e Estrela era muito boa, e já vinha de outros produtos como Genius, Banco Imobiliário e Falcon, todos grande sucesso por aqui.

A linha 3′ 3/4 ganhou o nome de Comandos em Ação no Brasil, denominação que já era usada com o Falcon antes. Este havia sido a versão da Estrela do G.I. Joe grande, de 9 polegadas (uns 30 cm), adaptada em maior parte da linha Adventure Team.

A marca foi muito bem-sucedida no mercado brasileiro, e liderou as vendas de brinquedos voltados para meninos por muitos anos. Segundo dados dos jornais da época reproduzidos no artigo de Comandos em Ação deste site, em apenas três anos, a Estrela vendeu 8 milhões de bonecos, o que rendeu aos seus cofres o equivalente a aproximadamente R$ 470 milhões (valores de março de 2021, corrigido pelo IPCA). Isso sem contar os veículos.

Mais adiante, a Estrela declarou que esperava vender três milhões de unidades entre veículos e bonecos em 1989, e faturou US$ 32 milhões apenas no ano seguinte, em que o país passava pela ressaca do Plano Collor. Isso representava 10% de todo o faturamento da empresa. Nada mau.

A primeira série da Estrela contou com seis figuras e três veículos. Cada um era rebatizado e tinha fichas próprias, redigidas por aqui mesmo. Os layouts das cartelas eram completamente remodelados, e, logo na primeira série, foi criada uma arma exclusiva do Brasil: o Lança Míssil.

Curiosamente, o Cobra não chegou por aqui logo na primeira série. Foi criado um inimigo chamado O Invasor, que era o mesmo boneco que o Snake-Eyes americano.

Enquanto isso, nos EUA

Nos EUA, G.I. Joe voava em céu de brigadeiro. Mantendo as ações do ano anterior, eles lançaram mais uma minissérie de cinco capítulos de sucesso na televisão, A Vingança do Cobra, que novamente estreou em setembro. A história tinha a mesma estrutura de batalhas pelo mundo e divisão em equipes de O Mecanismo MASS e foi escrita por Ron Friedman. Em time que está ganhando não se mexe.

Com o mesmo princípio, Larry Hama continuou à frente da HQ G.I. Joe – A Real American Hero, sendo capaz de desenvolver melhor tramas de traição dentro da Organização Cobra. Foi nesse ano que a Baronesa retornou ao Cobra, depois de meses se tratando das queimaduras que sofreu por ser pega no meio dos conflitos entre Destro, Comandante Cobra e Major Bludd.

Também foi possível desenvolver a história pessoal de Snake-Eyes, e ficamos sabendo que ele aprendeu ninjitsu com a ajuda de seu amigo Tommy Arashikage, que mais tarde viria a se tornar o Storm Shadow.

Nos brinquedos, pode-se dizer que este foi o ano dos Cobras, porque muitos personagens clássicos ganharam suas versões em plástico aqui, como Storm Shadow, Baronesa, e Zartan.

O sucesso permitia que a Hasbro fosse cada vez mais ousada com seus novos itens. Vejam que, enquanto no primeiro ano, Snake-Eyes teve que ser todo preto para economizar na produção, o Zartan foi tratado com uma tinta especial que o tornava capaz de ficar azul quando exposto à luz solar.

Diorama

Para expor a série 3 de 1984, construímos um diorama da cidade praiana dominada pelo Cobra de Broca Beach.