G.I. Joe – A Real American Hero nº 21 | Silent Interlude

Capa de ARAH nº21.

Editora: Marvel
Roteiro: Larry Hama
Lápis: Larry Hama
Arte-Final: Steve Leialoha
Colorista: George Roussos
Editor: Denny O’Neil
Editor-chefe: Jim Shooter
Publicação: Março de 1984

Personagens na edição: Snake-Eyes, Scarlett, Storm Shadow, Comandante Cobra, Destro, ninjas e Cobra Soldiers.

Este provavelmente foi o número mais celebrado de G.I. Joe até hoje. A história é bem simples, Storm Shadow captura Scarlett e a leva para uma fortaleza cobra, e Snake-Eyes aparece para resgatá-la. Ao fim, ficamos sabendo que ambos os ninjas têm tatuagens iguais nos antebraços.

A fortaleza cobra apresentada é a mesma usada na animação O Mecanismo MASS e, por causa desta edição, ficou conhecida como Castelo Silencioso.

O Castelo Silencioso.

O título da revista se refere ao fato de que a história é inteiramente contada sem nenhuma fala, nem em balões nem em caixas de narração, nada. Protagonizada pelo comando Snake-Eyes, é nesse número que suas habilidades ninja ficam mais evidentes quando ele enfrenta pela primeira vez seu nêmesis Storm Shadow e outros adeptos da arte marcial.

A narrativa é uma bela demonstração da virtuose de Hama como storryteller não só por contar uma história sem nenhuma fala (não vamos esquecer que na época os balões nos quadrinhos eram intermináveis), mas também por ter realizado esse feito em tempo recorde.

Matching tattoos.

Pode-se imaginar que o autor pensou nessa maneira de contar a história porque ela é enxergada sob o ponto-de-vista de um personagem mudo, mas não foi o que aconteceu. Aparentemente uma edição simplesmente desapareceu na mesa de alguém no meio do processo de produção. Quando se deram conta que iam ter que começar tudo do zero, Hama teve apenas três semanas entre receber a missão e colocar a revista nas prateleiras das bancas.

Ele teve a ideia de não fazer nenhum diálogo porque, na época, era necessário mandar desenhos e roteiro para o letrista por Fedex para o outro lado dos EUA para que ele pudesse trabalhar. Não fazer isso economizaria uma semana.

O autor, que ainda fez a arte esta edição, também usou outros recursos para economizar tempo, como desenhar um cenário bem característico uma vez só (no caso o Castelo Silencioso), para que somente referências a ele fossem feitas sem precisar detalhar tudo novamente mais adiante.

Embora saber disso torne essa edição ainda mais notável, o sucesso não veio de maneira imediata. Hama diz que recebeu muitas cartas na época reclamando que o número foi muito “rápido de ler”.