Steve Gerber (Animação)

Steve Gerber ficou conhecido por seu destacado trabalho como roteirista de quadrinhos, notadamente com a fase que definiu o Homem-Coisa e, claro, com a criação de Howard, o Pato. Mas ele também trabalhou como story editor em animações de peso, como Transformers, Caverna do Dragão e, obviamente, G.I. Joe.

Seu trabalho em Caverna do Dragão foi uma experiência tão desgastante em termos de interferência da CBS nos roteiros que ele jurou para si mesmo que nunca mais faria animação. Ele, no entanto, acabou convidado para tocar a primeira temporada de G.I. Joe, após o sucesso das minisséries O Dispositivo MASS e A Vingança do Cobra.

Segundo ele, no entanto, seu trabalho nesta animação não poderia ter sido mais diferente. Ele e sua equipe começaram com o mesmo esquema das minisséries “Cobra ameaça destruir o mundo; os G.I. Joes os impedem”, mas foram se afastando cada vez mais disso, e ficando mais “esquisitos”, como ele gostava de classificar. Sua última história para a série (Não Há Lugar Melhor que Springfield) foi dividida em duas partes e não lembra em nada a primeira (Cobra Para o Mundo) “em termos de estrutura, ritmo, tom, nada”.

Steve Gerber

Gerber se sentia orgulhoso de seu trabalho na série, e se empolgava muito ao falar dela. De fato, disse em uma entrevista de 1986 que era “mais orgulhoso desse show do que qualquer outra coisa que fiz em animação!”, e que “nós estávamos conseguindo uma animação que sentimos que era boa o suficiente para dar um próximo passo e escrever essas coisas como longas metragens ao invés de TV de horário nobre ou sábado de manhã, e para a maior parte, fizemos desse jeito”.

De fato, o desenho sob a batuta de Gerber foi uma rebeldia contra o que ele considerava os roteiros medíocres recheados de preconceitos de produtores no sábado de manhã. O sátira Os Gostáveis colocada em forma de programação do Cobra na TV em A Coisa Errada era exatamente o que ele pensava do mercado de animação da época. É por esse sentimento de estar produzindo algo muito diferente que ele foi buscar uma equipe essencialmente de roteiristas de HQs.

Gerber deixou a série por achar que já tinha trabalhado em muitos roteiros. Ele havia editado pessoalmente mais de trinta episódios e sentiu que, se permanecesse, acabaria estagnando. Em seu lugar, Buzz Dixon assumiu a segunda temporada.

Em 10 de fevereiro de 2008, Gerber faleceu de uma doença pulmonar. Em 2010, entrou para o Will Eisner Comic Book Hall of Fame e, em 2013, ganhou o Bill Finger Award.