Buzz Dixon (Animação)

Buzz Dixon foi um dos nomes mais influentes na animação do G.I. Joe na Sunbow. Além dos verdadeiros heróis americanos, ele também esteve envolvido em como escritor e editor de vários desenhos, como Caverna do Dragão, Transformers, Tartarugas Ninja, Thundarr, Visionários, Alvin e os Esquilos, Jem, entre outros.

Além de escritor, Buzz trabalhou como story editor¹ em G.I. Joe e na versão animada de O Garoto do Futuro. No caso do primeiro, contou sua experiência de seis anos servindo o exército, o que ele usava para não deixar o desenho escorregar muito para o fantástico.

Buzz foi indicado ao trabalho em G.I. Joe pelo story editor da primeira temporada Steve Gurber e escreveu de freela o episódio Guerra no Pólo Norte como teste. O estúdio gostou e ele foi contratado. No fim da primeira temporada ele já atuava como assistente de Gurber e, na segunda, ocupou seu cargo depois que ele saiu.

Parte dessa ascensão rápida foi devida a seu conhecimento militar. Antes que ele entrasse no barco, as três primeiras minisséries haviam sido escritas por Ron Friedman. Embora Dixon considere Ron um autor fantástico, que vinha fazendo um trabalho incrível, ele não conhecia muito de exército. Quando um jato passa com a asa em um tanque, por exemplo, o mais provável é que ele cause a sua própria destruição e não que corte o dito-cujo em dois. Não sei se realmente é preciso um especialista para saber disso.

De qualquer maneira, Buzz não culpa Ron, porque diz que a Hasbro/Sunbow estava sempre tentando puxar o desenho para uma pegada mais de aventura de ação cheia de diversão.

Em 1986, Dixon tinha toda uma ideia de como ia contar a origem do Cobra, em que a organização teria surgido com um perfil ideológico, mas que o Comandante Cobra ficou ganancioso e prendeu seu sócio de primeiros dias. Ele já tinha até um roteiro aprovado com o nome de The Most Dangerous Man in the Word².

Naquele ano, a Hasbro, no entanto, resolveu lançar um Imperador Cobra. O autor questionou a eles que isso invalidava sua história e que era preciso explicar o surgimento de um novo líder, tendo em vista que ele nunca tinha aparecido antes. Eles pediram que ele pensasse em duas histórias e eles escolheriam uma.

A grosso modo, ele pensou que ou o tal Imperador já estava lá e nunca se revelou, em uma organização maior do que o Cobra, ou ele foi criado para substituir o Comandante Cobra em uma golpe dado por subalternos inconformados com sua incompetência. A Hasbro disse que gostou da ideia e o mandou continuar. Ele perguntou “qual ideia?” Eles respondera, as duas.

Ele pediu um tempo pra desenvolver isso, já que as duas meio que se conflitavam. O golpe dentro do Cobra veio durante a segunda temporada com o surgimento de Serpentor e, o filme de 1987 mostrou Cobra La como a organização por trás do Cobra.

Ele consta nos créditos de Comandos em Ação Especial (ou G.I. Joe – The Movie) como story consultant, mas afirma que muito do material que saiu no longa foi escrito por ele. Foi uma ideia que ele demorou para se acostumar, e ele até hoje não gosta de Cobra La, mas se diz satisfeito com o resultado final do filme. Ele lamenta que Cobra La tenha sido imposto a ele, e pede desculpas aos fãs até hoje. Já a história da origem de Serpentor, criado com a mistura do DNA de líderes antigos, ideia pioneira para a época, ele gosta.

Dixon brigou muito para trazer qualidade e coerência narrativa para o desenho do G.I. Joe, e não é à toa que somos fãs até hoje.

1 – Escritor que tem a função de, além de escrever, editar e aprovar roteiros, e manter uma linha editorial coesa de um programa.

2 – Buzz colocou a aventura no papel em um livro digital da Amazon que pode ser comprado neste link. Ela foi escrita fora da continuidade do desenho, mas ainda assim é interessante.